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29 de set. de 2010

O dia em que conheci Martha Medeiros


Depois de ser tachada de “formal” durante uma avaliação de Laboratório de Produção Textual decidi que nunca mais seria chamada assim. Não que isso fosse um xingamento, mas ...
Formalidades a parte, ser rebuscado e entrópico é algo que não cabe ao Jornalismo, pecado como esse não há perdão. Então parti.
Em meio a livros, alguns mais desejados que outros, a vontade de comprar não me faltava. À primeira vista muita coisa poderia ser interessante. Clássicos da Filosofia, Best Sellers da auto-ajuda, contistas de primeira.  Mas enquanto um dos meus olhos se fixava nas prateleiras do stand, o outro apreciava uma nota de R$ 50, 00 dentro da carteira. Este olho como se fosse boca, falava aos meus ouvidos: “Qual é o problema de gastar o dinheiro todo?” , ao passo que minhas pernas se questionavam a respeito do moto – táxi , e ainda meu estômago ruía de fome.
Definitivamente não poderia gastar aquela grana de uma vez só. “Um livro baratinho, eu só quero um livro baratinho”. Estava eu, sozinha, parada em frente a um monte daqueles “livros de bolso”. Lá talvez encontrasse algo que beirasse os R$ 20,00.
Martha Medeiros – Coisas da Vida, um livro de crônicas. Crônicas? Quem sabe eu aprenda a escrever mais coloquialmente, e passe ao rol dos simples, mais profundos.
Ela era assim.
Dias, semanas inteiras, como um oráculo consultava crônica por crônica. O jeito descompromissado em manter-se nos padrões da moralidade, mas compromissado com a vida, bem como seus desejos e ilusões, cativava.
Não segui a ordem do sumário, fui lendo conforme o título que mais chamava atenção. Em alguns momentos lia a mesma, em espaço de horas, e cada leitura um algo a mais.
Era isso, quase exatamente alguém que gostaria de ser. Digo, quase, pois cada um trás em si um valor inestimável e único. Mas enquanto não chego lá, deixo vocês com Ela.

Fugir de Casa
Qual é a criança que nunca sonhou em fugir de casa? Todo mundo tem uma experiência pra contar. A minha aconteceu quando eu tinha uns sete anos de idade. Depois de ter minhas reivindicações não aceitas – provavelmente eu queria um quarto só pra mim e não precisar mais escovar os dentes – preparei uma mochila e disse “vou-me embora”. Tchau, me responderam.
O quê??? Então é assim? Abri a porta do apartamento, desci um lance de escada e ganhei a rua. Fingi que não vi minha mãe me espiando lá da sacada. Fui caminhando em direção à esquina, torcendo para que viessem me resgatar, mas nada. Olhei para trás. Minha mãe deu um abaninho. Grrrr, ela vai ver só. Apressei o passo. Dobrei a esquina, sumi de vista, e claro, entrei em pânico. Pra onde ir? Antes de resolver entre pedir asilo numa embaixada ou tentar a vida numa casa de tolerância, minha mãe já estava me pegando pelo braço e dizendo que a brincadeira havida acabado. Fiquei aliviada, por um lado, mas a ideia de fugir ainda me ocorreria muitas vezes.
O desafio agora seria elaborar um plano mais realizável, pois estava aprovado que , sim, eu queria escapar, mas ao mesmo tempo queria ficar. O mundo lá fora era libertador, mas também apavorante. Eu estava numa encruzilhada : queria ser quem eu era, e ser quem eu não era. Qual saída? Ora, escrever,
Um plano perfeito. De banho tomado, camisola quentinha e com os dentes escovados, eu pegava papel e caneta antes de dormir e inventava uma garota totalmente diferente de mim, e que não deixava de ser eu. Fugia todas as noites sem que ninguém corresse atrás de mim pra me trazer de volta. Ia para onde bem queria sem sair do lugar.
Viva as válvulas de escape, que lamentavelmente não gozavam de boa reputação. Não sei quem inventou que é preciso ser a gente mesmo o tempo todo, que não se pode diversificar. Se fosse assim, não existiria o teatro, o cinema, a música, a escultura, a pintura, tudo o que possibilita novas formas de expressão além do script que a sociedade nos intimida a seguir: nascer – estudar – casar – ter filhos – trabalhar – e – morrer. Esse enredo até que tem partes boas, mas o final é dramático demais.
Overdose de realidade é a ruína do ser humano. Há que se ter uma janela, uma porta, uma escada para o imaginário, para o idílico – ou para o tormento, que seja. Ninguém é uma coisa só, ninguém é tão único, tão encerrado em si próprio, tão refém do que lhe foi ensinado. Desde cedo fica evidente que nosso potencial é múltiplo. Como segurar a onda? Fugindo de casa, mas fugindo com sabedoria ,sem droga, através do espetáculo da criação, mesmo que sejamos nossa única platéia. Cada um de nós tem obrigação de buscar uma maneira menos burocrática de existir.


26 de set. de 2010

Uma música pra terminar o dia


Domingo é um dia singular. Particular e comum ao mesmo tempo, isto explica a singularidade citada a pouco. Pois bem, mais um final de semana se foi, e durante esse período eu pensei, e pensei bastante. Pensei sobre a pequeneza do ser humano se comparado a grandeza de Deus.
Esta canção que segue abaixo resume meu final de semana reflexivo, e depois de tanta reflexão eu só poderia constatar uma coisa: Eu preciso de Você !

Fotografe os meus dias
Com seus olhos que vêm além de mim
Desfoque os meus medos,
Vem revelar amor
As horas se aproximam,
E tudo passa meio devagar
E tudo o que quero hoje
É não me preocupar
Então leve contigo
Os meus erros prisioneiros
A densidade da esperança é bem maior
Que a minha dor
Então, do dia chamado hoje,
Tudo que eu quero agora
Ter você nessa hora
Passado, agora...
Fotografe - Velho Irlandês

Essa música é marcante, ouça o timbre de voz dessa menina, ela manda bem demais :D


Ps: Mais tarde postarei um texto bem legal, apenas sobre esta banda. Vale muito a pena conhecer o trabalho deles.

Quando o grande parece ser pequeno


Existe alguma coerência no fato de um carioca se mudar para Imperatriz? Certamente você responderia: NÃO! Influenciados por vários motivos chegaríamos a essa conclusão rapidamente. Mas eu te digo, a resposta depende do ponto em que se vê a pergunta.
Onde encontraríamos pessoas de tantas localidades do Brasil agrupadas em um só lugar? Imperatriz do Maranhão seria a minha alternativa correta!
Fazendas, localização de rios, agronegócio, já fazem parte do repertório de assuntos. Ah, não poderia me esquecer do gosto musical. Forró e Sertanejo agora dividem espaço com o Rock e a MPB. E de maneira alguma classificaria isso por retrocesso ou atraso e sim diversidade. A vida está na diversidade das coisas, das pessoas e tudo mais que possa haver. Estar aberto para experimentar essas novas situações é a questão em foco.
O carioca é legal, simpático, alegre, mas não conheço muitos que tenham se mudado para um lugar tão distante e diferente. (Diferente pelo menos a meu ver, não que isto seja um problema, é apenas um comentário!) Cariocas consideram o Rio de Janeiro o melhor lugar do mundo. Lá é o lugar, praias, shoppings, pão e circo pra toda gente! Mas me pergunte quantos já saíram de sua redoma urbana e se aventuraram a habitar em terras longínquas. No alto da minha pequena jornada de 20 anos não vejo esse empenho.
Como seres adaptáveis, nos acostumamos a tudo. A violência faz parte, o engarrafamento para ir ao trabalho é uma oportunidade de ouvir todas as músicas que você baixou e ainda não ouviu, estar em pé dentro de um ônibus lotado é um complemento da malhação, um alongamento que dura quase 1h e meia. E aí assim caminhamos...
Caminhamos tanto que não vemos diante de nossos olhos outra realidade que não possa ser aquela em que estamos inseridos. E nascemos, e vivemos, e morremos sem perceber que existe uma infinidade de outros mundos que poderíamos descobrir.
Nunca considere o grande, grande o suficiente pra te fazer parar. Prossiga e desbrave!

25 de set. de 2010

Mais um ?


Há anos frequento o mundo da internet. Dos 12 anos pra cá as tentativas de manter um blog atualizado foram muitas. Você lembra daquele Flogão? Nossa, coisas desse tipo devem estar no "Museu da Rede", pois então, eu tinha um desses. Assim como Fotolog's e muitos, mais muitos perfis em rede sociais. Emails também, e  sortidos, da antiga América Online, a email da Globo.com, UOL, Terra, IG, BOl, e o mais popular do momento, Google.
Enfim, todo esse consumo a serviços gratuitos divulgados rede a fora nunca deram em nada. Emails inexistentes e tentativas frustradas, blogs soltos e esquecidos por aí. 
Mas hoje me encontro na responsabilidade de escrever, expor opinião, debater assuntos polêmicos e me posicionar. Não que eu vá , através deste blog trazer temas “sérios” , apenas referentes à política e economia. (apesar de serem assuntos importantes). Mas este será o meu desafio diário, o desafio de me preparar para o grandioso ofício do Jornalista. Se não fosse a necessidade de expressar o mundo através do texto, o Jornalista não existiria. Esse é o meu compromisso público, rs.