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6 de dez. de 2010

Relatório do IV Simpósio de Comunicação da Região Tocantina


Relatório do IV Simpósio de Comunicação da Região Tocantina
O Simpósio ocorreu na UFMA – Campus Imperatriz durante 1º, 2 e 3 de dezembro
Dia 01/12
Pela manhã foram feitas o credenciamento das inscrições pelo centro acadêmico do curso de Jornalismo. E foi iniciado o minicurso de jornalismo comunitário que ocorreu durante os três dias do Simpósio.
De 12 às 14:00 horas tivemos a sessão do Cine Muiraquitã.
De 14:00 h as 18:00h tivemos a apresentação de artigos científicos na mostra científica. É interessante dizer que neste ano tivemos 22 apresentações de trabalhos, dentre artigos científicos, e peças práticas, como vídeos e revistas. E ainda contamos com trabalhos dos acadêmicos do curso de Jornalismo da UFMA de São Luís, e acadêmicos de outras áreas e instituições, que enriqueceram a mostra.
Neste primeiro dia foram apresentados 4 trabalhos, abordando temas diversos, a saber, etnografia de redação até peças práticas como a apresentação da revista “Canal.com”.
À noite, a partir das 19:00 ocorreu abertura oficial do evento com a presença do Jornalista global Honório Jacometto, palestrando a respeito de Jornalismo e Sociedade.
O jornalista comentou sobre as várias reportagens e matérias que havia produzido durante sua trajetória no Jornalismo. Expondo através de vídeos estas reportagens , assuntos , como ética no Jornalismo, foram abordados, para a satisfação dos acadêmicos do curso , presentes naquele momento. Jacometto ainda reforçou o papel social do jornalista enquanto denunciador das mazelas sociais, ao exemplificar o referido tema com uma reportagem a respeito do aborto. Mas como o passar do tempo, a palestra ganhava um ar de leveza, diante dos comentários do jornalista a respeito da sua rotina, e de matérias produzidas pelo mesmo, que revelavam a cultura do povo brasileiro.
Dia 02/12
As 9:00 h várias minicursos foram iniciados: Mídias Sociais, Jornalismo Político e Assessoria de Comunicação.
O minicurso de Mídias Sociais no primeiro dia abordou a questão dos blogueiros da cidade de Imperatriz. Com a presença de Carlos Hermes, Isnandes Barros, Frederico Luis e Pastor Laércio Castro, as discussões a respeito das redes sociais ganhavam força, à medida que os blogueiros revelavam um pouco de suas trajetórias na internet, e de como os seus respectivos blogs , atualmente, tinham poder de influência junto aos meios de comunicação da cidade.
Vale lembrar que este minicurso foi dirigido pelo acadêmico do curso de Jornalismo e analista de mídias sociais Mauro Ribeiro.

Novamente das 12:00 ás 14:00h um sessão do Cine Muiraquitã.

Das 14:00 às 18:00h tivemos mais um dia de mostra científica, agora localizada no auditório, por conta do grande número de pessoas que estavam prestigiando o trabalho dos colegas pesquisadores. Neste dia tivemos a apresentação de 8 trabalhos variados, de vídeo documentário a respeito da cidade de Imperatriz a Análises críticas da cobertura política no jornal “Estado do Maranhão”.
As 19:00 no auditório da UFMA, tivemos a presença do professor Ed Wilson, com o tema Mídia e Política. A sua palestra resgatou e relacionou diversos aspectos históricos que contribuíram para o panorama atual da política e mídia. Em tom de crítica, o professor analisou este contexto, ainda reforçando a atuação do Jornalismo, enquanto sujeito envolvido no processo mídia – política.
Dia 03/12
Pela manhã ocorreu o encerramento dos minicursos.
Neste dia o minicurso de Mídias Sociais voltou o seu foco para a comunicação organizacional, contando com palestras do acadêmico Mauro Ribeiro , e do professor da UFMA Lucas Santiago, também empresário, na área de marketing digital, possuindo uma empresa no estado do Mato Grosso do Sul, na cidade de Campo Grande.
Este minicurso teve grande êxito ao demonstrar a força das mídias sociais, explorando as interfaces que o Jornalismo possui através desta ferramenta.
De 12:00 as 14:00 h, sessão cine Muiraquitã
A partir das 14:00h, último dia da mostra científica. Neste dia tivemos a apresentação de 8 trabalhos , dentre eles um artigo sobre Jornal Laboratório apresentado pelo professor da UFMA, Alexandre Maciel, e outro artigo a respeito da cobertura jornalística sobre a loucura , pela professora, também da UFMA, Denise Ayres.
Vale lembrar que os professores responsáveis pela mostra científica foram Marcos Fábio e Denise Ayres, os dois lecionam no curso de Jornalismo da UFMA Imperatriz.
As 20:00 h tivemos a cerimônia de comemoração do aniversário do curso, e do encerramento de mais um simpósio. Esta cerimônia contou com depoimentos de vários professores e de alunos, dentre eles, alunos que se formam este ano.
Foram momentos de emoção e alegria, principalmente por conta da formação da 1º turma do curso de Jornalismo da UFMA Imperatriz. O recado passado a todos que estava presentes no auditório foi o de satisfação pelo curso e do desejo de continuar crescendo e valorizando o ensino e os profissionais envolvidos no curso de Jornalismo.
Ainda tivemos, como o de costume os “parabéns” e o bolo como marca da comemoração.
Nesta noite tivemos também o resultado o concurso universitário de fotografia. Foram premiados o 3 primeiros colocados, sendo o 1º , premiado com uma câmera digital , patrocinada pela Canal Comunicação.
Não poderíamos esquecer de citar as noites culturais que foram realizadas durante os três dias de Simpósio, pelo projeto ComCultura. A primeira noite foi a da cultura popular com a presença de Francisca do Lindô e o grupo Batalhão Real. Francisca do Lindô perpetua as danças do lindo e mangaba através do seus ensinamentos a comunidade onde vive, colaborando para a valorização e cultura popular maranhense.
A segunda noite foi a noite das “Pratas da Casa” com um show realizado pelos próprios alunos da UFMA e convidados. E na terceira noite tivemos o grupo de hip hop Depoimento Pessoal, revelando mais uma manifestação cultural imperatrizense, a cultura urbana da cidade.
Enfim, o Simpósio foi um grande sucesso , sendo transmitido pelo site Imperatriz Notícias – portal de notícias produzido pelos alunos de jornalismo da UFMA – e colaborando para discussões fundamentais para o crescimento da área em Imperatriz e Região.

Resumo o Por que noticias são como são? Construindo uma teoria da notícia ( Resumo)


Resenha do Artigo: Por que noticias são como são? Construindo uma teoria da notícia de Jorge Pedro Sousa
O presente artigo tem como objetivo revelar o surgimento de uma nova teoria da notícia, fundamentando-se em outras teorias existentes, mas trazendo à tona aspectos esquecidos por tais teorias .
Sousa parte do princípio de que a notícia refere-se a toda produção jornalística,  e que já existe matéria prima o suficiente para se edificar uma teoria consistente da notícia. Desta forma, o referido texto se propõe a responder  três perguntas: “Por que é que as notícias são como são (e não são de outra maneira)?” “Por que temos as notícias que temos (e não temos outras notícias)?” “Como circula a notícia e que efeitos gera?”.
Partindo das discussões a respeito da cientificidade da área das Ciências Sociais, Sousa compreende que para as ciências da comunicação se tornar de fato ciência, devem abandonar a reflexão filosófica enquanto metodologia, e adotar uma postura eminentemente científica.
Para ele uma teoria científica do jornalismo deve procurar integrar diversos aspectos do fenômeno jornalístico, enfatizando o resultado do processo de produção da notícia. Contudo, uma teoria do jornalismo , como qualquer outra teoria científica , estaria aberta a intervenções assim que algum fenômeno não previsto por ela a contradissesse.
Reforçando o seu ponto de vista, o autor retoma a ideia de que uma teoria do jornalismo deve ser vista essencialmente como uma teoria da notícia, já que a notícia é o resultado pretendido do processo jornalístico de produção de informação. Sendo assim, ele expõe a sua definição de notícia para que a compreensão do que havia sido dito anteriormente seja a mais clara possível.
Notícia: “artefato lingüístico, que representa determinados aspectos da realidade, resulta de um processo de construção onde interagem fatores de natureza pessoal, social, ideológica, histórica e do meio físico e tecnológico, é difundida por meios jornalísticos e comporta informações com sentido compreensível num determinado momento histórico e num determinado meio sócio-cultural, embora a atribuição última de sentido dependa do consumidor da notícia.” (Sousa , 2000;2002)
Diante do conceito de notícia desenvolvido por Sousa torna-se evidente a sua preocupação com os diversos fatores envolvidos na produção noticiosa, sem contar a relevância dada por ele, a todos estes fatores.
Outra observação interessante seria o fato de Sousa fundamentar-se no pressuposto de que a notícia é a representação da realidade, a partir da captação da realidade objetiva expressa através da linguagem.
Deste modo, a sua teoria da notícia se apropria destes valores, e avança em uma nova perspectiva para se construir uma teoria que abarque a multiplicidade de aspectos envolvidos na produção, circulação e consumo da notícia.
Sousa se utiliza das teorias divisionistas e unionistas da notícia, se aproveitando dos pontos de interseção entre elas para elaborar uma explicação completa a respeito da notícia. Considerando as várias correntes da tendência divisionista, a saber: teoria do espelho, teoria da ação pessoal, teoria organizacional, teoria da ação política, teoria estruturalista, teoria construcionista, teoria interacionista, Sousa considera possível tecer uma teia explicativa global para as notícias, e pontua : é uma questão de sistematizar esses dados.
Paralela a esta consideração, Sousa aborda os pontos fundamentais desenvolvidos por autores pertencentes à tendência unionista para a explicação da notícia. Entre eles estão Schudson e Shoemaker e Reese.
Para arrematar a sua consideração, tendo em vista a interação entre às tendências divisionistas e tendências unionistas, Sousa se expressa através da Traquina ( 2001; 2002) : “é possível perceber que numa coisa os estudiosos do jornalismo estão de acordo: os resultados das pesquisas colocam em evidência que factores de natureza pessoal, social (organizacional e extraorganizacional), ideológica e cultural informam e constrangem as notícias. Uma teoria unificada do jornalismo tem de partir desses pratimónio comum de conhecimento.”
Partindo de aportes teóricos desenvolvidos por outros autores, principalmente Shoemaker e Reese (1991; 1996) e Scudson ( 1998), Sousa propõe uma teoria unificada da notícia que ultrapasse as deficiências identificadas em tais modelos.
Sendo assim, para Sousa, a notícia é o resultado da interação simultaneamente histórica e presente de forças de matriz pessoal, social (organizacional e extra – organizacional), ideológica, cultural, e do meio físico e dos dispositivos tecnológicos, tendo efeitos cognitivos e comportamentais sobre as pessoas, o que por sua vez produz efeitos de mudança ou permanência e de formação de referências sobre as sociedades , as culturas e as civilizações.
Enfim, Sousa retorna a ideia original: é possível, com os dados já adquiridos nos estudos em jornalismo, construir uma teoria unificada da notícia.